Não faz muito tempo que vi um vídeo de um menino chamado Guilherme que falou sobre a expressão de ser o Chuchu no Jantar. Eu nunca tinha ouvido sobre e vou dizer, alugou um triplex na minha cabeça. O chuchu no jantar não é o preferido de ninguém; se tiver a pessoa come, se não tiver, não sente falta.
O curioso é que quanto mais o tempo passa, mais tenho me sentido assim. No auge dos meus 36, quase 37 anos, parece que eu ainda não me encontrei. Aprendi a gostar da solitude e aprendi também o quanto é ruim a solidão. Tenho me sentido só. É um fato que durante a vida centenas de pessoas passam por nós, algumas vão, outras ficam. Tenho tido a impressão que as que ficam estão sempre ocupadas com as próprias vidas, e metas, e relações, e trabalhos, que parece sempre que não sobra espaço para mais nada. Eu sei porque eu também ando bem ocupada, mas nunca indisponível.
E aí entra a sensação de ser o chuchu no jantar, na sempre disponibilidade, no fato de não fazer a diferença e na indisponibilidade alheia. Não sei se é o inferno astral, mas eu tenho me sentido muito assim, e vou falar, é horrível. Estou numa fase em que vivo o ciclo do meio, diferente dos meus amigos; de um lado tem os casados ou que namoram e que estão vivendo suas vidas com os parceiros/parceiras e geralmente optam por programas com outros casais. Sou solteira demais para me infiltrar nesse grupo e eles raramente lembram de mim para esses convites. Do outro lado estão os da fase de aproveitar a vida, sair, curtir, passar a noite na rua, ir para lugares barulhentos demais. Eu até gosto, mas não sempre porque minha bateria social não é alcalina.
E aí entra a sensação de ser o chuchu no jantar, na sempre disponibilidade, no fato de não fazer a diferença e na indisponibilidade alheia. Não sei se é o inferno astral, mas eu tenho me sentido muito assim, e vou falar, é horrível. Estou numa fase em que vivo o ciclo do meio, diferente dos meus amigos; de um lado tem os casados ou que namoram e que estão vivendo suas vidas com os parceiros/parceiras e geralmente optam por programas com outros casais. Sou solteira demais para me infiltrar nesse grupo e eles raramente lembram de mim para esses convites. Do outro lado estão os da fase de aproveitar a vida, sair, curtir, passar a noite na rua, ir para lugares barulhentos demais. Eu até gosto, mas não sempre porque minha bateria social não é alcalina.
Estar no ciclo do meio faz com que eu me sinta o próprio chuchu no jantar, não estou nem lá e nem cá, e com isso não consigo fazer diferença. Na próxima semana eu faço aniversário e sabe qual é o meu maior medo quando eu marco algo? Que não apareça ninguém. Eu sei que sozinha eu não fico, mas eu tenho a sensação que as pessoas sempre tem algo melhor para fazer. Essas são as desvantagens do chuchu. Eu sei, esse é um papo para terapia (e vou levar), mas eu penso que outras pessoas possam se identificar, assim como eu me identifiquei.
Esse texto não traz uma solução ao fim dele e acredito que seja mais um desabafo. Não é indireta, nem nada, é só um sentimento temporário. Dia desses compartilhei um vídeo com uma mensagem que dizia que quem é muito presente, às vezes, se torna invisível porque as pessoas sabem que você vai sempre estar ali. Quero continuar presente, isso é algo que eu tenho em mim, mas a meta de ano novo é que eu tenha relações reciprocas; nas minhas amizade, no trabalho, amorosas, familiares, em tudo. Que seja e que essa sensação de ser o chuchu no jantar deixe de existir.